sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Federação Portuguesa de Caça também critica reintrodução do lince-ibérico



Para além da Câmara de Mértola, que reagiu logo no dia da libertação dos primeiros dois linces-ibéricos no Parque Natural do Vale do Guadiana, na terça-feira, 16, também a Federação Portuguesa de Caça (Fencaça) não concorda com o processo e com o timing escolhido para devolver os animais à natureza.

Em comunicado, o presidente da estrutura, Jacinto Nunes Pinto, “lamenta que, para se justificar a reintrodução do lince nesta altura, se tenha que dizer que, no concelho de Mértola, existem 3, 5 coelhos por hectare, pois se isso fosse verdade estariam todas as zonas de caça do concelho contentes e seguramente não seria necessário trazer coelhos de Espanha para alimentar os linces agora no Parque”. Situação que, alerta, acarreta possíveis “riscos”, nomeadamente por “não se saber o seu estado sanitário, nem se são da subespécie Cuniculus Cuniculus Algirus, contrariando todas as boas práticas que o mesmo Estado, ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], obriga às zonas de caça”.

 A própria cerimónia de reintrodução da espécie, que contou com a presença do ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, merece um reparo por parte da Fencaça. “Lamentável”, diz o dirigente, censurando o “espetáculo mediático” e a mensagem que se tentou passar. A de que “tudo era um mar de rosas”, com todos os agentes – habitantes do concelho, agricultores, gestores das zonas de caça e caçadores, empresários da hotelaria e restauração e o próprio município de Mértola – satisfeitos, quando “nada disto é verdade”.

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